segunda-feira, abril 20, 2009

A IRONIA DESTE DIA...

No dia em que o estado de Israel fez uma pausa às 8 desta noite em memória dos 6 milhões de judeus mortos no Holocausto, nos períodos de 1933 a 1945, comemorando dessa forma o "Dia da Lembrança do Holocausto", o maior anti-sionista actual, o presidente do Irão Ahmadinejad teve honras de tribuna no início da conferência contra o racismo iniciada hoje em Genebra, Suiça, aproveitando a oportunidade para atacar Israel, acusando-o de ser "o mais racista de todos os governos".

"Israel foi criado sob o pretexto do sofrimento judeu durante a II Guerra Mundial" - afirmou o hediondo ditador - "O racismo na Europa ajudou a criar o mais racista e cruel de todos os regimes na Palestina" - vociferou o idiota, acusando as potências representadas no Conselho de Segurança de "apoiarem um estado ocupante, dando-lhe liberdade para continuar os seus crimes".
Dezenas de delegados levantaram-se de imediato e abandonaram sala, incluindo os representantes europeus, enquanto que nas galerias se ouviam gritos ao ditador: "Racista!", "Racista!"
Outras delegações presentes aplaudiram veementemente as palavras do cruel ditador.
Ainda que considere esse indivíduo um candidato ao prémio Nobel da estupidez, talvez mereça mais essa distinção quem o deixou discursar numa conferência subordinada a um tema que ele próprio observa, ao declarar o sionismo igual ao racismo. Custa crer que seja em Genebra - terra de grandes movimentos da Reforma - que tais atrocidades verbais tenham tido lugar, fazendo das autoridades que assim permitiram verdadeiros advogados do diabo.
Entretanto, em Jerusalém, o clima era completamente diferente: no evento de abertura do Dia da Lembrança do Holocausto, o presidente de Israel enfatizou que a aparição do presidente iraniano na conferência "Durban II" tinha sido uma "desgraça deplorável".
"A abertura da conferência hoje em Genebra constituiu uma aceitação do racismo e não o combate ao mesmo, e o seu principal orador é Ahmadinejad, que apela à destruição de Israel e que nega o Holocausto" - afirmou Peres.
"O criticismo ao estado judaico está também tingido por um anti-semitismo arrepiante. Entre aqueles que colaboraram com os nazis estão aqueles que deixaram o Holocausto acontecer, estão aqueles que criticam o estado que surgiu para garantir refúgio aos sobreviventes do Holocausto. O estado que evitará um outro Holocausto".
"Temos aprendido que a nossa herança espiritual depende da segurança física. Um povo que perdeu um terço dos seus membros e um terço das suas crianças no Holocausto não esquece, e não pode ser apanhado desprotegido" - afirmou Peres.
Discursando a seguir ao presidente, o primeiro ministro Netanyahu provocou o presidente da Suíça: "Volto-me para si, o presidente da Suíça, e pergunto-lhe: Como é que se pode encontrar com alguém que nega o Holocausto e que deseja que ocorra um novo Holocausto?"
Elogiou de seguida "países importantes" que escolheram distanciarem-se da conferência, mencionando os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Itália, Polónia, Austrália e Nova Zelândia.
"Israel" -continuou o ministro - "é o escudo e a esperança do povo judeu. Nós aqui criamos para a glória do nosso povo e de toda a humanidade. Os avanços do país em todos os campos - cultura e ciência, medicina e segurança - são vanguardistas. Somos uma nação pequena em números mas grande na sua força"
Realmente um dia para não esquecer. Não esquecer acima de tudo que o anti-semitismo e o irracionalismo continuam de mãos dadas, tragicamente sob o aplauso de um cada vez maior número de nações e entidades que se declaram contra o que deveria ser inquestionável: a necessidade e urgência de respeito e tolerância entre todos. Aplaudir um tirano que apela exactamente ao oposto é desejar que o mal triunfe sobre o bem, é ressuscitar os fantasmas mais sinistros da História e que afinal não se escondem no armário mas continuam desgraçadamente a viver entre nós.
Parabéns aos países que tiveram a dignidade de boicotar esta paródia dantesca. Parabéns às dezenas de participantes que tiveram a coragem de enfrentar a bestialidade de Ahmadinejad, abandonando a sala na altura em que este verberava a sua diarreia verbal. Parabéns aos que corajosamente insultaram o ditador, chamando-o de racista.
Que pena não haverem sapatos para atirar! Que pena não haver vergonha na cara do presidente suíço!
Mas ainda há homens bons que se manifestam contra o mal. Bem hajam!Shalom, Israel!


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