sábado, maio 15, 2010

VISITA A AUSCHWITZ E BIRKENAU

No passado dia 12 entrei pela minha primeira vez em dois dos lugares mais tenebrosos da História humana, 2 campos de extermínio onde pereceram um milhão e trezentas mil pessoas, dizimadas pela única "culpa" de serem judeus, ciganos, polacos ou homossexuais. As forças hitlerianas comandadas pela ideologia da "supremacia da raça ariana" quiseram resolver esta questão, criando campos de extermínio, onde não só centenas de milhares foram obrigados a trabalhos forçados sob condições inacreditavelmente sub-humanas - a média de sobrevivência das vítimas em Auschwitz era de 3 meses - mas acelerando o extermínio através das câmaras de gás de Birkenau.
Os judeus foram as principais vítimas deste genocídio, atingindo a cifra de 1,1 milhões de mortos, na sua maioria oriundos da Hungria (438 mil) e Polónia (300 mil). A filosofia nazi foi claramente expressa pelas palavras de Hans Frank, o governador-geral da Polónia ocupada: "Os judeus são uma raça que deve ser totalmente destruída".
Não há palavras possíveis para descrever o que se sente nesta visita. Há um silêncio que se apodera de nós, um turbilhão de perguntas para as quais jamais encontraremos respostas, e uma solenidade imposta pela memória do que ali se passou há quase 70 anos atrás.
Algumas fotos que consegui tirar dão idéia da dimensão do espaço de extermínio. Os fornos crematórios de Birkenau foram apressadamente destruídos pelos nazis perante a aproximação das tropas soviéticas, que depararam com 7 mil sobreviventes, muitos dos quais não resistiram às condições deploráveis em que se encontravam. Era o que "restava"...
Só em Maio e Junho de 1944 os nazis deportaram para Auschwitz cerca de 440 mil judeus da Hungria.
Não se podem tirar fotos do interior, onde se encontram testemunhos impressionantes dos métodos e formas de tortura e morte ali concebidos e praticados, tais como experiências cirúrgicas a sangue frio para estudar a capacidade de sobrevivência humanas, a câmara de gás de Auschwitz, etc.
Estes são lugares que precisam de ser visitados para que a memória não se apague. Nas palavras de um sobrevivente do Holocausto, o professor Wladyslaw Bartoszewski: "Milhões de pessoas no mundo sabem o que foi Auschwitz, mas a questão básica continua no consciente e memória das pessoas, e somente depende da sua decisão se esta tragédia voltará a acontecer. Somente as pessoas puderam causá-la e somente as pessoas podem impedi-la".
Visitar estes campos de extermínio é assim de suprema importância para quem deseja não só avivar a memória da tragédia e não permitir que ela se apague, mas também para quem como nós tem o dever de ser um arauto de vida, proclamando o respeito e o propósito divino da existência humana.
Estamos preparando uma visita de grupo a estes locais e outros da Polónia e Alemanha em Junho próximo (3 a 10), pelo que se tiver interesse em nos acompanhar, contacte-nos imediatamente pelo e-mail: viagens.shalom@clix.pt.
Shalom, Israel!

1 comentário:

Priscilla Fontoura disse...

as fotografias estão muito boas.