quarta-feira, novembro 09, 2011

MILHARES VISITAM TÚMULO DE RAQUEL - A "NOSSA MÃE"




"Mamã Raquel" é o nome de uma canção yidish que apela à matriarca Raquel para que ouça as orações dos seus filhos, sinta a dor que eles estão sofrendo e peça a Deus que tenha misericórdia deles. Raquel é a terceira das quatro mães do povo judeu.

E há também uma lenda da Misdra em que Deus não dá ouvidos a Abraão, Moisés e outras súplicas para perdoar o povo judeu.
Contudo, quando Raquel se aproxima d'Ele e Lhe recorda como ela cedeu os seus direitos e permitiu ao seu amado Jacob casar com a sua irmã Leah, chegando até a ajudar Leah a manter Jacob ignorante do logro, para que não fosse humilhada - apesar de a própria Raquel ser seguramente desprezada no dia seguinte por toda a gente - Deus cede e concede os seus desejos.
Essa lenda é só um exemplo da fonte do amor do povo judeu pela Mãe Raquel, Imma Raquel, como é carinhosamente chamada em hebraico.
A vida de Raquel foi cheia de dissabores que faz com que aqueles que sofrem se sintam identificados com ela. Afinal de contas, era uma outra pessoa e não ela que estava debaixo do véu naquilo que deveria ser o seu feliz casamento, após uma espera de sete anos. Ela era estéril durante vários anos e viu a sua irmã conceber filhos, um atrás do outro, até que finalmente deu à luz um filho, mas morreu ao dar à luz o segundo, não sobrevivendo para criar os seus filhos.
Ela foi no entanto sepultada na estrada entre Jerusalém e Belém Efrata, por isso foi junto ao túmulo dela que os cativos judeus choraram quando forçados para o exílio babilónico depois da destruição do primeiro Templo.
E a partir daí a sua sepultura passou a ser o local de muitas orações, o lugar onde especialmente as mulheres vêm para obter conforto quando a vida parece complicar-se.
Entre 1948 e 1967 os judeus não podiam orar lá, mas agora compensam essa falha: dezenas de milhares de pessoas vieram de todo o Israel durante o dia de ontem, o 11º dia do mês de Cheshvan, para visitarem Kever Rachel (o túmulo de Raquel) no seu aniversário.
Todos que visitaram o túmulo eram unânimes na razão que os trazia: "Raquel é a mãe de todos e viemos visitar a nossa mãe".
Para muitos judeus, Kever Raquel une todos os hebreus, não importando a sua origem.
"A principal mensagem é que somos todos o mesmo povo, os filhos da mesma mãe, e estamos todos unidos - sefarditas, asquenazes, etíopes, iémenitas. Estamos todos unidos e é isso que traz a redenção. Se sorrirmos e nos unirmos, veremos a redenção muito em breve".
O "choro" de Raquel é também confirmado no Novo Testamento, quando o perverso rei Herodes mandou assassinar todas os meninos com menos de 2 anos, para dessa forma tentar matar Aquele que havia nascido em Belém e que ele sabia bem que seria o Rei dos Judeus.
"Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; era Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existiam" (Evangelho segundo Mateus 2:18).
Só que Raquel não chora mais! E até o nosso choro irá em breve terminar, pois a nossa redenção está próxima!
Shalom, Israel!












3 comentários:

Rodrigo disse...

Para que a mãe Raquel ouça as orações dos seus filhos???

E quanto a proibição de Deus de se fazer cultos e pedidos aos mortos?

Qual a diferença então da mãe Raquel da idolatria da igreja católica a maria?

Lucas Filho disse...

Excelente observação Rodrigo. Para quem é evangélico isto não é cabível. Conhecer sim, adoração não.

shabat disse...

Pois é, vejam que assim como aconteceu com o cristianismo no resto do mundo que se paganizou e se misturou ao misticismo o mesmo tinha ocorrido com o judaísmo, com seitas como a cabala por exemplo, como se não bastasse o grande pecado de não aceitar a Cristo, vejam que é um paralelo que ocorre com o povo judeu e o resto do mundo.

Gosto do blog, mas essa me decepcionou.